segunda-feira, 2 de novembro de 2009





Quem me conhece, sabe que eu tenho um ponto fraco: a comida. Não à toa, meu corpo ostenta os resultados de anos e anos de baixa gastronomia e todo tipo de droga culinária que eu pude mandar para dentro.

Mas, mesmo entre os amantes da slow food ou do fino trato culinário, existem certas unanimidades, sobretudo entre aqueles que tem mais de 30:  os doces que comíamos nos anos 80! Graças a eles, chegamos ao que somos hoje: com sorte apenas barrigudos (o meu caso), e, em casos mais extremos, com dentadura, hipertensão e diabetes.

Não que os acepipes primassem pela qualidade, longe disso. Mas era justamente a imensa oferta de guloseimas que estava à nossa (quase) inteira disposição, que fariam Willy Wonka rubrar de vergonha.


Qual alma impura não se lembra daqueles indescritíveis quadradinhos mágicos, os dadinhos da Dizioli, que tinham gosto meio oleoso, mas nós todos adorávamos? E por falar em balas, lembram dos baleiros que ficavam expostos em botecos e padarias?

Balas juquinha, dimbinho, soft (uma excelente forma de incentivar o suicídio infantil...), paulistinha, pinho (aquela do pinheiro verdinho na embalagem), galo (aquelas que vinham em vidro), mastiguinhas, mentex, dulcora, paquera, banda, sugus, sem contar as balas de amendoim, de leite, de café, canela...E aquelas que vinham enfileiradas, formando uma imensa fita, com carinhas de animais estampadas na (tosca) embalagem?


Sou do tempo que bala grudava nos dentes, no céu da boca, que fazia a incauta criança engasgar...Os sabores não passavam de 10, 12...Hoje, tem bala de açaí, melão, leite condensado, papaya com cassis, morango com iogurte, mas, sem querer parecer dono da verdade (ao menos neste blog eu sou!), não chegam aos pés daquelas que vendiam no Bar do Seu Milton, lá no Esmaga Sapo, na Penha.

Sem contar que as balas eram verdadeiros escambos, moedas de câmbio nas apostas infantis, seja no futebol, no taco, no pião ou no esconde-esconde. Com uma geração criada à base de açaí na tigela congelado e fast food ordinário de shopping, não se assuste de encontrar moleque de 12, 13 anos que nunca tenha provado uma bala.


Pelo contrário! Na paranóia coletiva de hoje, é capaz de confundirem seu inocente confeito açucarado com aqueles objetos que pululam de dentro dos fuzis do tráfico!

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