quinta-feira, 28 de janeiro de 2010






Coxinha...

Alguns dias atrás, conversando com amigos, descobri uma nova gíria: coxinha.

Não sei se é uma gíria regional ou se já se prolifera por todo canto. Tampouco sei a origem, e, menos ainda, o motivo da associação da gíria ao nome criado para ela (em tempos: coxinha é um salgadinho popular, que muita gente gosta, justamente o contrário do “apelido”).

Segundo informações de fontes fidedignas, o termo coxinha foi cunhado em algum momento da história recente para designar o que outrora foi conhecido por mauricinho ou, na sua versão feminina, patricinha. Porém, com uma ressalva: o dito(a) cujo(a) tem que ser chato(a) também.

Como assim? Imagine um mundo como o do filme “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, porém com o Ronnie Von no lugar do Willy Wonka e vários clones do César Filho no lugar dos Umpa-Lumpas. Ao fundo, tocando Maroon 5. Isto seria um planeta coxinha!

Então, passei a imaginar algumas situações clichês, que todos nós já presenciamos, envolvendo coxinha’s situations (internacionalizei o tema, pois ser coxinha não é exclusividade made in Brasil).

Cena: Você e aquele seu colega de trabalho têm a “grande” idéia de propor uma baladinha envolvendo as respectivas namoradas/ esposas. É a primeira vez que vocês vão sair juntos, e você pouco sabe dos gostos e manias do casal.

Vocês resolvem marcar o encontro num “barzinho intimista”, com MPB ao vivo. Coxinha!

Seu colega, solícito e gentil, resolve oferecer uma carona, e você, meio sem jeito de ser indelicado, resolve aceitar. Ele passa na sua casa, vestido com camisa polo da Lacoste, calça jeans e mocassim marrom, com o carro lavadinho, aquele sachê vagabundo com aroma de carro novo. Nas próximas duas horas é este cheiro que ficará no ar. Coisa de coxinha.

A namorada dele vai tentar puxar conversa, e, ao ver que não tem nada de bom para acrescentar ao papo, vai sintonizar a rádio, em busca de uma musiquinha para agradar. Achou! Começa assim: Sha la la la la la la..... hmm, uh huh...


Bingo! Mr. Jones, do Counting Crows, uma espécie de hino do planeta coxinha! Hanson? Mas que porra é essa? Ben Harper e Vanessa da Mata? Beyoncee? Justin Timberlake? Socorro, invasão de coxinhas!

No tal barzinho, uma cantora entoa Ana Carolina. Ou seria Zélia Duncan? Agora é Ana Cañas, Marisa Monte...você tem vontade de pedir caipirinha de cianureto com cibalena!

O que vão beber? A namorada do seu colega quer aquele drinque colorido feito com licor de romã, prosecco, grapefruit e sorvete de macadâmia, que custa 30 pilas. Faz beicinho quando decidem rachar um vinho. Acaba pedindo Smirnoff Ice, um hit no planeta coxinha...Parece que a noite está piorando...

Quem pediu este vinho tinto suave? O coxinha, é claro! Filé aperitivo coberto com catupiry? Que tipo de besta-fera se alimenta disso? Picanha na pedra? Carne seca? Seria este o primeiro banquete servido no inferno quando você chega lá? Rarara!

Jorge Vercillo não, aí já é apelação! “Paralisa, com seu olhar Monalisa...”. É uma espécie de mantra que parece brotar das catacumbas mais profundas de Lúcifer!

Acabou? Nananinanão! Ainda tem uma hora de viagem num carro fechado ouvindo o novo CD da Adriana Calcanhoto...Coxinhaaaaaaaaaaaaaa...

domingo, 24 de janeiro de 2010







Hummm...É só nos lembramos de nossa infância para que todos aqueles cheiros e gostos venham à nossa mente. Infelizmente, nem tudo que retorna à nossa mente nos traz boas recordações. Este post é uma homenagem às cinco comidas de minha infância que eu faço questão de esquecer...

1º) Macarrão ao alho e óleo com sardinha

Receita: Pegue 1 pacote de macarrão (Adria ou Petybom, com ovos, para ficar bem mole). Cozinhe o macarrão em excesso, a ponto de ficar bem grudento. Frite o alho amassado (naqueles espremedores de alho toscos), misture-os ao óleo da própria sardinha que repousa solenemente dentro de uma lata, morta, com suas ovas, espinhas e entranhas, esperando o momento de pular na panela. Junte salsinha e cebolinha. Acerte o sal. Sirva imediatamente ou vai começar a feder a casa toda. Se quiser ferrar de vez, junte queijo parmesão Teixeira ralado. Acompanha pãozinho francês adormecido.

2º) Salsicha com molho de tomate

Receita: Compre 8 salsichas, de preferência aquelas que soltam bastante tinta, para dar uma cor especial ao molho. Junte uma lata de molho de tomate (prefira Pomarola, pois é mais ácido), uma cebola grotescamente picada, com aquela faquinha Tramontina com o cabo emendado com fita isolante, esprema 1 dente de alho (no mesmo espremedor tosco utilizado na receita acima). Jogue uma pitada de açúcar, pois aquela sua tia gorda falou que "quebra a acidez". Despeje as salsichas, sem lavar, para dar aquele gostinho especial de junkie food. Espere o molho apurar, salgue e sirva com arroz branco e salada de tomate e alface ou guarnecido de pão francês. É um hit nas quitinetes do Boqueirão no verão.

3º) Pão com pomarola

Receita: Versão simplificada da salsicha com molho de tomate. Basta despejar uma lata de pomarola numa panela, de preferência aquela panelinha que sua mãe herdou de sua bisavó, incrustada de óleo de fritura no cabo e sem tampa. Espere começar a sair fumaça. Abra 8 pães franceses e despeje o molho dentro, suavemente. Sirva imedatamente. Ah, o queijo Teixeira ralado e o orégano podem ser adicionados à gosto.

4º) Mayonnaise and Sardine Sandwich

Receita: Típica receita produzida por bárbaros e visigodos. Junte um vidro de maionese HellMann's - o próprio nome da maionese já é punk: hell (inferno) + man (homem), ou seja, a maionese é feita por homens do inferno, ou seja, capetas! 1 lata de sardinha em óleo comestível (será que óleo de carro também é para comer?) e mexa freneticamente. Compre dois pacotes de pão Pullmann (outro nome importante - pull: destroçar + man=homem). Ou seja, pão feito por homens destroçadores. Por isso que ele sempre esfarela quando você morde!
Bezunte os pães com o elixir do capeta e forme singelos lanchinhos. Se quiser um toque moderno, corte-os na diagonal. Sirva guarnecido de Fanta laranja morna, debaixo do guarda-sol, na praia mesmo.
Nota do chef: o calor do sol e a maresia em contato com o lanche podem causar efeito lisérgico ou alucinógeno. Como reação adversa você pode sentir uma vontade incessante de construir castelinhos de areia com seu sobrinho de 3 anos.

5º) Roastbeef Sandwich

Receita: Aha! Achou que seria a receita do tradicional lanche inglês, feito à base de carne assada? Nananinanão! A versão paulistana da zona leste leva uma espécie de embutido, de formato quadrado, que forma mosaicos quadradinhos dentro de si. Mosaicos de carne! E o embutido tem gosto de plástico salgado com alcaçuz! Até hoje só conheci uma pessoa que gostava de tal quitute: meu pai! Como ele já partiu, creio que levou consigo a maldição do sanduíche de rosbife, que tanto assombrou as festinhas de aniversário na minha longínqua infância.


Vai encarar?






Um mês! Na verdade, 32 dias! Fosse este quem vos escreve um blogueiro profissional, já teria morrido de fome. Nos dias de hoje, algumas horinhas de delay na informação são suficientes para declará-lo uma múmia cibernática. Morto. É o fim, cara!

Mas, como faço questão de lembrar o(a) incauto(a) que está perdendo minutos preciosos de suas vidas dedicando seu tempo nestas paragens, o blog é meu, e escrevo quando der na telha, vamos combinar assim? Rarara!

Na verdade, uma série de intercorrências, somadas à costumeira vagabundagem e procrastinação de sempre fizeram com que este pobre diabo se afastasse da vida de blogueiro por mais de um mês. Teve gente até pegando no meu pé, sedento por novas postagens (o que, sinceramente, achei que nunca fosse acontecer).

Mas, confessem, nem o piadista mais engraçado do mundo é capaz de fazer troça em épocas tão difíceis como estas, que marcaram o início de 2010: terremoto e tragédia no Haiti, devastação na linda (e querida) São Luiz do Paraitinga, desatres em Angra dos Reis, em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul. Enfim, muito pouco a comemorarmos, quiçá rirmos...

Comentários sobre as tragédias (algumas anunciadas, como no caso de Angra dos Reis) não cabem mais, diante da excessiva exposição que a mídia já dispensou aos fatos. Piadas não são definitivamente bem vindas neste momento. O máximo que este aprendiz de blogueiro pode, por hora, é dedicar suas orações e meditar, desejando a paz, a serenidade e a força para que todos aqueles envolvidos nestes incidentes possam recuperar-se! Sem mais delongas.

PS: Não colocarei aqui fotos das destruições, tampouco de mortos e feridos. Prefiro postar imagens da minha querida São Luiz do Paraitinga como ela voltará a ser um dia: transbordando felicidade!